Filosofia

Links Para Bem Pesquisar Filosofia

Seguem algumas sugestões para pesquisar temas de filosofia.

 

1. Obviamente o primeiro lugar a visitar é o Zarcosofia, o espaço dedicado à filosofia da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, no Funchal. https://www.madeira-edu.pt/estabensino/ebsgz/area_disciplinar.htm

 

2. A revista filosófica electrónica dirigida por Desidério Murcho é uma das melhores e maiores existentes. Está muito bem organizada e propõe textos e traduções inéditas sobre temas e autores muito actuais.

https://www.criticanarede.com/index.html

 

3. O Centro Para o Ensino da Filosofia - CEF - , extensão da Sociedade Portuguesa de Filosofia, é o melhor pólo de informação relacionada com o ensino da filosofia em Portugal. O site possui um excelente fórum de discussão, maioritariamente frequentado por professores de filosofia.

https://cef-spf.org/

 

4. Para quem possui curiosidade em saber o quê e como se estrutura o ensino da filosofia nos EUA, esta é uma página muito informativa. Para além de tudo rápido percebemos o prestígio que a filosofia possui no conhecimento humano e criador nos EUA.

https://www.pdcnet.org/teachph.html

 

5. Se gosta de ler em inglês o melhor é mesmo pesquisar nesta completa e rigorosa enciclopédia:

https://www.iep.utm.edu/

 

6. Finalmente, um bom banco de dados com excelentes textos, é o site do manual A Arte de Pensar:

https://www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar/

 

Todos estes links são de passagem obrigatório para quem quer dar uns passos em filosofia.


A profissão é ... filósofo

 

Prof. Agostinho da Silva



O Professor como Mestre

 

Não me basta o professor honesto e cumpridor dos seus deveres; a sua norma é burocrática e vejo-o como pouco mais fazendo do que exercer a sua profissão; estou pronto a conceder-lhe todas as qualidades, uma relativa inteligência e aquele saber que lhe assegura superioridade ante a classe; acho-o digno dos louvores oficiais e das atenções das pessoas mais sérias; creio mesmo que tal distinção foi expressamente criada para ele e seus pares. De resto, é sempre possível a comparação com tipos inferiores de humanidade; e ante eles o professor exemplar aparece cheio de mérito. Simplesmente, notaremos que o ser mestre não é de modo algum um emprego e que a sua actividade se não pode aferir pelos métodos correntes; ganhar a vida é no professor um acréscimo e não o alvo; e o que importa, no seu juízo final, não é a ideia que fazem dele os homens do tempo; o que verdadeiramente há-de pesar na balança é a pedra que lançou para os alicerces do futuro.

A sua contribuição terá sido mínima se o não moveu a tomar o caminho de mestre um imenso amor da humanidade e a clara inteligência dos destinos a que o espírito o chama; errou o que se fez professor e desconfia dos homens, se defende deles, evita ir ao seu encontro de coração aberto, paga falta com falta e se mantém na moral da luta; esse jamais tornará melhores os seus alunos; poderão ser excelentes as palavras que profere; mas o moço que o escuta vai rindo por dentro porque só o exemplo o abala. Outros há que fazem da marcha do homem sobre a Terra uma estranha concepção; vêem-no girando perpetuamente nos batidos caminhos; e, julgando o mundo por si, não descobrem em volta mais que uma eterna condenação à maldade, à cegueira e à miséria; bem no fundo da alma nenhuma luz que os alumie e solicite; porque não acreditam em progresso nenhuma vontade de melhorar; são os que troçam daquilo a que chamam «a pedagogia moderna»; são os que se riem de certos loucos que pensam o contrário.
Ora o mestre não se fez para rir; é de facto um mestre aquele de que os outros se riem, aquele de que troçam todos os prudentes e todos os bem estabelecidos; pertence-lhe ser extravagante, defender os ideais absurdos, acreditar num futuro de generosidade e de justiça, despojar-se ele próprio de comodidades e de bens, viver incerta vida, ser junto dos irmãos homens e da irmã Natureza inteligência e piedade; a ninguém terá rancor, saberá compreender todas as cóleras e todos os desprezos, pagará o mal com o bem, num esforço obstinado para que o ódio desapareça do mundo; não verá no aluno um inimigo natural, mas o mais belo dom que lhe poderiam conceder; perante ele e os outros nenhum desejo de domínio; o mestre é o homem que não manda; aconselha e canaliza, apazigua e abranda; não é a palavra que incendeia, é a palavra que faz renascer o canto alegre do pastor depois da tempestade; não o interessa vencer, nem ficar em boa posição; tornar alguém melhor — eis todo o seu programa; para si mesmo, a dádiva contínua, a humildade e o amor do próximo.


Agostinho da Silva, in 'Considerações'