Castelo dos Templários

Chamam-se Castelos dos Templários aos castelos construídos pelos cavaleiros da Ordem do Templo.

Normalmente foram construídos em terras doadas por D. Afonso Henriques a estes cavaleiros, como forma de os recompensar pelo apoio dado nas lutas travadas contra os mouros e a consequente conquista de terras.
Castelo dos Templários (Castelo Branco)

O Castelo de Castelo Branco foi edificado pela Ordem dos Templários, por volta do ano 1220, sendo que haviam recebido anteriormente estas terras de D. Afonso Henriques, depois da sua reconquista aos árabes e fundado aí a cidade de Castelo Branco. Assim, o conjunto do Castelo dos Templário e das suas muralhas, passaria a integrar a chamada «linha defensiva do Tejo», da qual faziam parte também o Castelo de Almourol, o Castelo de Monsanto, o Castelo de Pombal, o Castelo de Tomar e o Castelo do Zêzere.

Durante o século XVI, Castelo Branco tinha a configuração de uma povoação-fortaleza, sendo que, até mesmo a igreja matriz ficava situada no recinto do castelo. Ao longo dos anos, quer a igreja, quer o castelo, foram várias vezes danificados pelos ataques castelhanos e até nas invasões francesas.

Após a revolução de 1640, esta igreja foi quase destruída pelos castelhananos. Mais tarde, em 1704, os mesmos castelhanos viriam a incendiá-la. Já no período napoleónico, a igreja voltaria a ser praticamente destruída pelos soldados de Junot, durante a primeira invasão francesa.

O Castelo de Tomar é considerado um Castelo dos Templários (Autor: Juntas @ Wikipedia)
O Castelo de Tomar é considerado um Castelo dos Templários (Autor: Juntas @ Wikipedia)
Estes ataques deixaram também em ruínas o sistema defensivo de Castelo Branco, não só na Guerra das Restauração, como na Guerra da Sucessão Espanhola, na Guerra dos Sete Anos, e ainda durante nas invasões francesas. Após as invasões francesas, o período que se seguiu foi dramático para as fortificações da linha do Tejo, uma vez que os poderes públicos passaram a autorizarar a população a retirar pedras das muralhas para a construção de habitações e de edifícios públicos.

A este processo de destruição, juntou-se também a natureza, já no século XX, com desabamentos devidos a tempestades que assolaram esta região.

No entanto, a partir de 1940 a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, realizou várias obras de recuperação, havendo no entanto ainda quem considereque foram alteradas as características do monumento. O castelo foi edificado sobre uma planta pentagonal, possuindo cinco torres, sendo que a Torre de Menagem ou dos Templários, está bastante arruinada. Além disso, da cerca medieval, hoje em dia, restam apenas alguns troços de muralha e também a chamada Porta dos Pelames e a Torre do Relógio.

[ Editar ]Castelo dos Templários (Tomar)

Foi em 1160 que o Mestre Templário Gualdim Pais iniciou a construção do castelo, sendo que nessa altura, com a cidade a nascer sob a sua sombra protectora, este estaria longe de imaginar que fundava a última cidade templária.

Após isso, a importância que os templários tinham na afirmação do mundo ocidental foi continuada pela sua sucessora, a Ordem de Cristo, que se tornou na dinamizadora do primeiro movimento dos Descobrimentos, à escala mundial. Assim, podemos dizer que, este passado riquíssimo faz do castelo templário de Tomar o guardião de um imenso tesouro, que conta já com oito séculos de História, e que foi reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade.

Esta riqueza que se foi acumulando começou imediatamente aquando da construção do castelo, quando na torre de menagem se integravam memórias antigas e recolhidas junto ao Nabão.

É aí que se encontra embutida a lápide romana consagrada ao Génio Municipi, o espírito protector de Sellium (cidade romana implantada onde hoje se encontra Tomar) e que, para sempre, ali ficou a zelar pela segurança da urbe.

Alguns dizem que foi por influência da divindade romana, outros que é coincidência, mas a verdade é que o castelo nunca caiu em mãos inimigas, nem mesmo quando, em 1190, as tropas de Almançor recuperaram a grande maioria dos territórios até à linha do Tejo, sendo que apenas foram travados em Tomar.

Logo no início da sua gistória, o Castelo dos Templários esteve cercado seis dias, com Gualdim Pais, que já se encontrava com 72 anos, a comandar a defesa. É por isso que, ainda hoje a Porta do Sangue continua a guardar a memória do mais violento desses combates.
 

 

O Castelo de Tomar

Como o nome indica, fica situado na cidade de Tomar, concelho de Tomar, Distrito de Santarém, na freguesia de São João Baptista.

É um castelo templário, localizado na margem direita do Rio Nabão, que integrou, à época da Reconquista, a chamada linha do Tejo, juntamente com outros com o mesmo estilo de construção, como são os caso dos Castelos de Almourol, Idanha, Monsanto, Pombal e Zêzere.

O Castelo Medieval

Dada a importância da existência de uma fortificação que complementasse a linha defensiva do acesso por Santarém àquela que era nessa altura a capital de Portugal, Coimbra, ao fim de um ano no Castelo de Cera que se encontrava arruinado, D. Gualdim Pais, o mestre da Ordem dos Templários em Portugal, decidiu construir um novo castelo que ficasse num local mais adequado e que serviria como a sede da Ordem dos Templários no país.

Apesar de não haver certezas sobre o motivo real que levou à opção pela construção de um novo castelo e à não reforma do Castelo de Cera, provavelmente isso aconteceu devido à necessidade de um local estrategicamente mais vantajoso, e daí a decisão de se construir o novo castelo num outeiro na margem direita do rio Nabão, por forma a dominar a planície. Assim, construção do castelo iniciou-se em 1 de Março de 1160, conforme uma inscrição visível nos seus muros.

Mediante o compromisso de povoar a região, D. Gualdim Pais concedeu o 1º foral ao Termo de Tomar logo no ano de 1162, sendo este documento confirmado mais tarde em 1174. Em 1165 foram concedidos à Ordem dos Templários também os domínios de Idanha e de Monsanto.

O Castelo de Tomar, como o nome indica, fica situado na cidade de Tomar, concelho de Tomar, Distrito de Santarém, na freguesia de São João Baptista. (Autor: Juntas @ Wikipedia)
O Castelo de Tomar, como o nome indica, fica situado na cidade de Tomar, concelho de Tomar, Distrito de Santarém, na freguesia de São João Baptista. (Autor: Juntas @ Wikipedia)
Além disso, em 1169, foi prometido que 1/3 das terras que a Ordem conquistasse ao Sul do Tejo lhes seriam dadas. Em 1170, a Linha do Tejo foi reforçada com a construção do Castelo de Almourol.

Em 1190, sob o reinado de D. Sancho I, as tropas do califa Abu Yusuf Ya’qub al-Mansur fizeram uma incursão de Sul para Norte, conquistando uma terra após outra, até que chegou à Linha do Tejo. Daí, eles cercaram Santarém, destruindo Torres Novas e Abrantes até que alcançaram Tomar. Após uma dura batalha em que os Templários defenderam corajosamente o Castelo de Tomar, este também foi conquistado.

Em 1312, com a extinção da Ordem dos Templários pelo Papa Clemente V, o rei D. Dinis resolveu acautelar a posse dos bens dela no reino. Assim, para que esses bens fossem bem administrados, D. Dinis criou a Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 1321 e transferiu-lhes o património da antiga Ordem. Em 1338, a sede da nova Ordem passou para o Castelo de Tomar.

O Infante D. Henrique foi um dos que residiram no Castelo de Tomar, na qualidade de Governador da Ordem de Cristo. Mais tarde, durante os reinados de D. Manuel I e de D. João III, o castelo foi objeto de obras de restauração e reforço, aquando da ampliação do Convento de Cristo.

Em 1499, por ordem de D. Manuel I, a população que residia dentro das muralhas do Castelo foi obrigada a transferir-se para a vila, junto ao rio.

[ Editar ]Castelo de Tomar na Atualidade

São poucas as informações disponíveis sobre o Castelo de Tomar após o reinado de D. João III. Sabe-se que em 1618 foi demolida a torre Noroeste de forma a se ampliar a entrada no recinto do castelo. Nos nossos dias, o Castelo de Tomar encontra-se relativamente bem conservado.

A vila de Tomar, onde o Castelo se situa, foi elevada pela rainha D. Maria II de Portugal à categoria de cidade, no dia 13 de Fevereiro de 1844.

Em 1973 foram realizados alguns trabalhos de restauro ao piso do adarve no troço da muralha entre a Porta do Sol e a Torre da Rainha. Em 1886 foram realizados trabalhos de consolidação da muralhas junto à Porta do Sangue.

Desde 23 de Junho de 1918, o castelo está classificado como Monumento Nacional, tendo recebido da parte da Assembleia geral da UNESCO a classificação de Património da Humanidade de 27 a 30 de Junho de 1983).
 

Castelo de Óbidos

Um verdadeiro símbolo histórico de Portugal, o Castelo de Óbidos está completamente restaurado nos dias de hoje, sendo este um dos mais belos castelos em actividade.

O Castelo de Óbidos encontra-se sobre um modesto penhasco à beira de um extenso areal, que ainda recentemente as águas do mar acabaram por cobrir. Óbidos pode hoje orgulhar-se do interesse que muitos portugueses e turistas mostram ter pelo Castelo de Óbidos.

O Castelo de Óbidos está localizado no distrito de Leiria, numa vila que detém o mesmo nome, a vila de Óbidos, pertencente à freguesia de Santa Maria.

Formando um quadrado, com cerca de 30 metros de lado, a muralha casteleira reforçada de torreões cilíndricos nas faces setentrional e austral, bem como nos vértices de noroeste e sudoeste, e de torres quadrangulares nos de nordeste e sueste, este cerca um terreiro no qual se erguia o Paço do Alcaide, cujas ruínas deram uma nova vida. Foi trabalhado um projecto há poucos anos que continha a intenção de restaurar o Castelo. Tendo sido aplicada esta restauração, por intermédio da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

Uma torre bastante robusta, adoçada a face ocidental da muralha, integra-se no conjunto casteleiro. A face oriental da muralha constitui, por melhor dizer, a parte nuclear daquela que envolve o castelo e a vila, e que se prolonga por ambos os lados em direcção a sul. Este que vai dar origem a um fecho em ponta, tendo percorrido cerca de meio quilómetro, da chamada Torre do Facho, criando assim a forma de um triângulo isóscele.

No seu conjunto actual, o Castelo de Óbidos, representa a fase final de uma série construtiva que é possível acompanhar de perto.

Este Castelo foi mencionado como uma das Sete Maravilhas de Portugal em 2007, sendo este classificado como um Monumento Municipal.

História do Castelo de Óbidos

Está estudado que este morro foi um local habitado em tempos pré-históricos. Muitas provas que foram surgindo ao longo dos anos e as suas próprias condições naturais. Algumas das provas encontradas neste local foram os vestígios alimentares, embora ténues, e sobretudo a circunstância de indubitavelmente terem sido habitantes, nessas remotas eras, as colinas vizinhas, o Outeiro da Assenta, o Outeiro de Santo Antão, entre outros pontos históricos importantes.

Como porto marítimo, Óbidos chamou à atenção dos vários povos cujo domínio sucessivamente se exercia no ocidente da Península. No decorrer desses sucessos, os Romanos de certa forma, e com certeza os invasores Muçulmanos, a fortificaram. Não passam despercebidas as pequenas parcelas, ainda hoje existentes, com feições mouriscas.

De tudo o resto, pode-se ainda observar e imaginar a resistência que a hoste de D. Afonso Henriques possa ter encontrado neste espaço, quando em 1148, após a conquista de Santarém e Lisboa, o primeiro Rei lançou-se com objectivo de apoderar-se de todas as regiões vizinhas.

Os grandes progressos construtivos dessas fortificações acompanharam de algum modo os sucessos da história local.

Tendo sido documentado que em 1153, o Castelo de Óbidos passaria a ser uma referência, e do reinado seguinte, o de D. Sancho I, restando como prova, uma inscrição da Torre do Facho.

Os anos foram passando e, em torno do século, Óbidos encaixou-se entre as terras que, leais ao deposto D. Sanho II, negaram reconhecer autoridade ao Conde de Bolonha, futuro D. Afonso III, resistindo assim em 1246 sem desfalecimentos, vitoriosamente nos ataques contra a vila e o castelo. Moveram para longe as hostes de Afonso, dando assim o notável exemplo de indefectível lealdade que o próprio regente, tornado Rei, veio a reconhecer e até mesmo a homenagear.

A possibilidade da invencível resistência mostra que Óbidos era uma povoação muralhada, situação perfeitamente harmónica dada a sua importância e desenvolvimento demográfico. Não só porque, embora seja desconhecido o seu foral antigo, há documentos de 1254 que mostram em pleno o desenvolvimento municipal, mas também por se saber que em 1259 já estavam edificados quatro templos.

Depois de variadas guerras, com o decorrer dos séculos ao acabar estes períodos de guerra, Óbidos e o seu Castelo foram parcos em ocorrências bélicas, que brilham ainda neles um halo de lealdade e um imperecível timbre dos seus feitos.